Igreja, lugar de...?

Às vezes fico impressionado como certas pessoas agem durante a Santa Missa. Não que eu fique por conta de reparar, mas é inevitável não perceber o que algumas pessoas fazem. Vejam bem se me entendem.
Como de costume vou todo domingo à missa e sempre que posso vou durante a semana também. Gosto muito de assistir ao Sacrifício de Cristo que se renova no altar. Sei que na missa está a essência da nossa vida cristã, por isso fico muito atento a tudo que acontece desde o primeiro sinal da cruz até o “graças a Deus” do fim. Tento viver tudo aquilo que acontece na missa e a todo o momento, junto com Cristo, coloco no altar os meus sofrimentos e alegrias e os ofereço ao Pai.
Muitas vezes assistir à missa se torna algo difícil por causa das pessoas que estão assistindo junto comigo. Só Deus sabe o esforço que muitas vezes faço para primeiramente não pecar e depois concentrar naquilo que está acontecendo. Vejo que as pessoas estão perdendo a capacidade de se adequar a cada ambiente. Esquecem-se de que a Igreja é lugar de silêncio e espiritualidade e fazem na Igreja o que fazem em casa, nas festinhas, nas esquinas...
Sou muito a favor que se leve crianças à missa, mas acho uma péssima iniciativa dos pais em levar brinquedos. A criança já cresce sem limites e com o pensamento de que a Igreja é lugar de brincar. Os pais escolhem o meio mais fácil, porém o meio que trás mais dano à personalidade da criança. Pois é muito mais fácil dar um brinquedo para a criança do que tentar educar. É mais fácil deixar a criança pegar um carrinho ou uma bola e sair correndo pela igreja atrapalhando as pessoas do que proibi-la de brincar e fazer com que ela fique quieta sentada no banco.
Pior do que as crianças atrapalhando, só as “criançonas” de 15, 20, 30, 60 anos... Vão para igreja para fofocar, contar o que aconteceu no sábado, zoar algum argentino, rir do padre, rir da cara feia que faço quando fico bravo...
Esses dias até estava brincando com um amigo meu, que do jeito que as pessoas estão não demora muito vai ter gente que na hora do ato penitencial um vai abrir um saquinho de batata frita, na hora da homilia outro abre o jornal, na comunhão um coloca o seu mp3, algumas senhoras pegam as agulhas de crochê e assim vai.
Aí eu pergunto: Se você vai à missa para conversar, qual o sentido nisso? Larga de ser bobo! Fica em casa que é bem mais cômodo e você ainda vai poder colocar a música que quiser e chamar quem quiser pra conversar com você. Sem contar que vai ser bem melhor pros outros (e pra mim), que não vamos nos incomodar com a sua presença na missa.
E para finalizar queria refletir. Quantas vezes alguma pessoa precisava de uma palavra de conforto, talvez ela até deixaria de suicidar, talvez ela teria uma experiência com Deus, talvez ela passaria a acreditar em Deus, talvez ela deixaria a vida de pecado, mas nós, com o nosso egoísmo, não deixamos ela ouvir esta palavra pois estávamos atrapalhando-a.
Que Deus tenha piedade de nós.
É preciso discernir, para cada lugar há uma atitude. Não podemos fazer no trabalho o que fazemos em casa. Assim também não fazemos na missa o que fazemos nas praças. Não faça da missa o seu local de pecado.

Matheus Barbosa